Tão perto e incerto, o amanhã.

Tão perto e incerto, o amanhã.

O Amanhã: a porta entreaberta

Permite-me entrar em qualquer parte.

O Sonho: o desejo, mas com arte,

Permite-me viver, sem me manter alerta.

Sem a incerteza de fazer as coisas certas,

Em caminhos que se formam nos meus passos,

Carrego-te, por eles, nos meus braços.

Mas o faço, só enquanto não despertas.

E como gozas este tempo em que flertas

Comigo, mesmo incerta se é real ou se é etéreo

O inigualável doce que contém nosso mistério.

Pois é somente a ti que se mantêm abertas

As portas deste coração, um cemitério

Tão recôndito, mas que tão facilmente acertas.

(Djalma Silveira)