Nasci no horizonte do teu olhar,
desci na lágrima não contida,
quente pela face,
mergulhei nos teus lábios e lá fiquei adormecida...
Acordar quando o teu gosto nos teu lábios fui buscar,
ser o teu hálito,
a saliva que me incendeia,
fazer fogo nas paredes da tua boca,
deslizar nela como se fosse areia...
Desejo ser saliva,
ser fogo no mar,
ser cobra, enrolar na tua língua
dizer:
Por favor amor!
Queria ser o teu suor,
percorrer curvas,
subir montanhas,
penetrar nas tuas entranhas,
sorver cada gota,
na fonte da tua boca...
Queria ser as tuas mãos,
num desejo não contido,
recheadas de paixão,
com a flecha do cupido,
subir contigo ao céu,
deslizar no meu gemido,
dizer:
É teu!
Amor, por favor!
Queima-me as vestes,
desce na minha prece,
alucina-me de amor!
Incendeia,
lambe-me os dedos,
e deixa-me a alma cheia!