AMANDO (navegando)
Antes que em mim pudesse ter havido algum amor,
antes que só uma gota de esperança tivesse caído no meu coração,
havia uma espessa quietude ao meu redor.
A noite alta e constelada não tinha fim,
era uma solidão imprevistamente linda, mas triste.
Assim, tão de repente, inesperadamente
comecei a comer as sombras desfiguradas do nada onde eu estava,
fui sentindo o aroma da aflição indo embora,
então pus-me a cantar sem saber a razão,
e passei a navegar, eras o vento que eu sentia,
me tornaste um veleiro silencioso com o coração desfraldado.
Me falta tempo para celebrar esse luar que quase apalpo,
mas não duvides que eu te aperto contra o peito,
que eu sussurro em teu ouvido toda noite
perdendo-me em teus cabelos confidenciais,
buscando o porto dos teus beijos, navegando no amor