Poema ao Amor que Nunca Tive

Amor, que desejei um dia, um vão momento

Em meio às trevas que envolvem meu recanto,

Sonhei-te sempre no meu rudo pensamento

E me embalei no vosso imaginário encanto

Teu rosto confundiu-se, sempre, no restante

Das névoas dessa incerta e tão tristonha vida...

Não passavas, jamais, de um só fantasma errante:

Criação desta minh'alma ensandecida

E não trouxe passado algum, nem o presente,

Ao menos o conforto de uma vã lembrança:

Tu fostes, oh querida, o anelo ardente

Desta minh'ama desprovida de esperança.

E quando partes rumo ao teu sombrio mundo

Num lampejo qualquer da torpe sanidade,

Abandonas no meu peito o mal profundo

Da inconsolável e atroz realidade.

Henrique de Castro Silva Junior
Enviado por Henrique de Castro Silva Junior em 01/06/2006
Código do texto: T167083
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