JARDIM DO ETERNO AMOR
Ela
Nos búzios a boa sorte procura...
Em dias pares dorme sentada
Em ímpares dias à mandala agarrada...
Será
Que chegará
O dia de ver a noite mais limpa no céu
E o amor saltando pela janela
Trazendo nas mãos um pote de mel?
Ela
Se agarra aos astros que passam distraídos...
Em noites de lua cheia e nuvens baixas
Retira os duendes lá do fundo da caixa...
Será
Que verá
Sem ser uma alucinação
Mãos fortes abrindo o portão
E o cruzamento de faces enfim se completando
E o agora acontecendo de vez, e não, "será quando"?
Ela
Que tinge a face com brilhos e luzes...
Desenha na terra cruzamento de cometas
E atira ao alto larvas que se transformam em borboletas...
Será
Que terá
Um par de ouvidos que ao menor sussurro
A abraçará pleno de amor no denso escuro
E sendo assim a história do vento e da flor
Serei eu a regar o jardim do nosso eterno amor?