AMOR PROMETIDO
Nunca é cedo,
Nunca é tarde,
Se o que o toma por dentro, invade,
É fogo amoroso que queima, arde,
Espalha centelhas aos confins do corpo,
Deixa-o febril, em tonturas, louco...
Nunca é pouco,
Nunca é demais,
Se a sede lhe parece um vazio deserto,
Se miragens traga-a sempre, cada vez mais perto,
O sol ardente que lhe queima cada mão
É o mesmo, abrasador, que incendeia o coração...
Nunca é nada,
Sempre é tudo,
Se o vasto oceano onde navega seu barco carnal
Está em garrafa que lança em rodopio sideral
À espera de nauta em tábua do mesmo mar oriundo...
Nunca é,
Nunca será,
Em proto-ausência de mito e carma e espelho mítico,
Se acorrentado está sob sol ardente e em rosto lívido,
Salteador do fogo em eternidade que nunca lhe chegará.