Novo Amor

Mil vezes negarei

mas detenho coração sem pouso,

sem chave, sem proteção

que, como bêbado,

nem sempre encontra

o delicado caminho de volta

Vislumbro

a sombra de novo amor

que, qual arcanjo de cordas

balbucia árias e sinfonias

e, não sabendo negar

nem determinar limites

das dimensões divinas

entre o vício e virtude,

luz e sombra,

brinco com a imaginação

e folheio ansiedades

esquecendo-me da prudência

acolho seu abraço,

recolho seu querer

e, mais uma vez,

mil vezes digo sim.