POEMA DE AMOR
Tantos lábios beijados
Tanto desejo e tanta fúria e tanto medo
Tanta nudez e nenhum pudor
Tantas tintas e nenhuma cor
Quem dera sentir o primeiro beijo
Primeiro precipício
Tempestade
O chão se afastar dos pés
O silêncio gritando
Nenhum sentido a funcionar
Apenas humano
Apenas homem
Apenas amor...
Tantas manhãs abertas ao sol de qualquer mês
Cetim amassado
A voz das máquinas a cantar ferro e aço
O silvo do juízo
As calhas a derramarrem lágrimas de anjos tristes
Minhas mãos cheias de calos
Minh'alma cheia de atalhos
Meus pelos que cresceram
Minha vergonha localizada
Queria não ter nada
Nem ter sonhado tudo
Ter sido um cantor mudo
Apenas tua mão em minha mão
Num cinema do interior
O desejo em tecnicolor
Eu Rei
Eu Deus
Por tocar sua mão
Apenas sua mão
Um toque
Eu...aprendiz de amor...
Quantos quartos
Quantas camas
Quanta fumaça
Quanto drama
Queria apenas dançar de rosto colado
E balbuciar teu nome
Como que diz um poema de amor.