Cinema

Tenho a lua e alguém nua em cima dela

Tenho a rua e tua alma muito bela

Tenho uma paisagem que tem uma favela

Tenho beco e eu entre os subúrbios que não

São meus, Na lua pálida e quadrada das vielas

Nos cantos quadrados e geométricos, ecos

Onde bato minha cabeça e tapo a vela

Vela que se apaga, luz dos meus olhos

Fecho os meus olhos e a cortina das janelas

O céu agora tem poucas estrelas, e muita poeira

Poeira cósmica, e o céu retangular como a lua se esfacela

No beco que tenho da saudade só a parte escura

Tua presença é a única cura.

Metal refletor dos sonhos gerados pelo mais

Fértil aMoUR, corta em linhas retas o tecido

Que se encaixa, que se encaixa em tuas curvas

Desce o tecido que cobre o teu corpo nu(?).

Desce o tecido leve, pra que eu te leve

E te entreguei, cobre a tuas pernas juntas, e tuas

Mãos com os dedos, e os dedos nas mãos(?)

Cobre e delineia teu corpo navegável

Voa o tecido azul mais tônico, e

Tu com tuas roupas é linda, mais como superas

esta beleza quando ficas sem elas...

Alguém viu a dama que cheira a noite?

Alguém viu a Maria passar?, e viram

A sua voz, e a tocaram e a tiveram

Por momentos digo, e a menina foi-se

E durante séculos tivemos seus milênios

Sorte dos que têm seu amor grande

E hospitaleiro, sorte dos que a vêem sorrir

Sem força pra sorrir sem força

Amor meu enorme, amor que não é amor

Tenho em mim o amor pelo teu corpo, e assim

Que eu tiver forças pra poder, pra poder

Amar. Sorte dos que são seus filhos

Felizes os que são seus amantes, Seus.

Luz da noite que dilacera meu coração acelerado

Sincronia verdadeira da luz que me pintam

E dançam com meu amor descompassado

Ela disse que ia embora, eu disse pra ela

Não ir. Ela disse que poderia ser pior ela

Sair sem se despedir, eu disse Talvez, mas

Fica comigo? Ela me disse está bem meu amigo.

E eu disse meu amor. Eu disse meu amor.

E ela riu sem saber o que dizer, e ela riu,

Como se simples isto fosse, pra ela sim

Adoro a Mônica, amo mais a Maria

Me caso com a Duiso, e me tomo de alegria

Eu disse que amo a Poesya, Eu disse?

Carbono é o elemento central, é de poeira

Que se erguem as grandes construções

É teu pedido que torce vergalhões

É tu no livro dos recordes disso

Coisa incrível que eu não consigo

Ai sabes... vamos ao cinema comigo?

Pra te ter nos meus braços uso poesia, e tu

Se pergunta se isso é mesmo poesia,

Mas se não fosse como seria?

Você sabe que por vezes fico sem ética

Como minha poesia sem nexo, como

Uma casa sem comida, com um casal sem sexo

Minha poesia que rima, volante com gasolina,

A minha loucura é toda tua.