APAIXONEI-ME POR UM JABUTI

Fiquei parada aqui a imaginar

Que bicho eu poderia o comparar

E após inúmeras eliminações

O associei finalmente a um jabuti

Por não permitires que o amor

Penetre em seu coração

Envolvendo-o com toda sua plenitude

Seus atos e sua vida, só pode ser

A única definição que acho é essa

Existe uma carapaça, mesmo que invisível

Revestindo seu corpo e seu comportamento

Impedindo-o de se entregar, de amar

O frágil e adorável cupido está cansado

Pois não consegue atingir seu coração

E olha que ele tem insistido em lhe flechar

Mas você como um jabuti não permite

És estranho, fechado em si mesmo

Não permites que a meiguice

Tome conta dos seus atos

Tornando-o cada dia mais um jabuti

Ah, e eu apaixonei-me por um jabuti!

De uma carapaça bem cascuda

E com uns olhos verdes lindos

Mas esse jabuti não me ama

Não me quer, nem me chama

Então não ficarei mais aqui

Chorando por seu amor, e lhe querendo

Vou embora, vou para Pasárgada!

VILMA PESSÔA
Enviado por VILMA PESSÔA em 09/07/2009
Reeditado em 10/07/2009
Código do texto: T1690862
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