Insano sonhar...

Insano sonhar...

Trilhar a insanidade do inconsciente,

Anseios viúvos como não existir...

Caminhos floridos tais quais meus sonhos...

Rosas, miosótis, papoulas, girassóis...

Paira no ar o sabor do orvalho...

Meus largos passos em descompasso...

Escuridão do meu ser ou não ser...

Uma vazia agonia, nostálgica?

Um sonho negado, o pecado calado...

Insano, persigo ao além. Vou além...

Ignoro o não, singelizo o querer...

O derradeiro início final...

Acima do bem e do mal...

Uma rosa sangrenta, pérolas de flor...

Sabor amargo da felicidade...

Hipócrita, inverdade da realidade...

O fel do existir órfão de viver...

Viuvez do amanhã, o parir do nunca!

Ovário infecundo a semente morta...

Útero da insanidade obtusa...

O par ímpar da magnitude solidão...

Um sonho ébrio, embólico ao nada...

Brumas de sonhos, o vazio profundo...

O parto da prole que androceu...

Néctar do zangão, a rainha deposta...

Flor do jardim insólito, insofrível...

Selenita das verdades mentirosas...

Ilusão, uma alusão ao delírio déspota...

Insano sonhar, amar, querer...

Sonhos, azotemia dos desejos...

Desgosto, desprazer de viver...

Insano sonhar e morrer...

Carlos Sant’ Anna

Bruxo das Letras
Enviado por Bruxo das Letras em 11/07/2009
Código do texto: T1693809
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