Solidão derramada

Esses poetas loucos

Que dizem ser loucos e não poetas

Essas bichas assanhadas que se beijam numa rum movimentada

Esses carneiros perdidos num sol das manhãs de sal

Num pergaminho de saudades maturadas

Procura-se um belo morno deleite de um dia pequeno

Num espaldar de mar adiantado

Se esvai um sonho

Que nina um tempo apertado

E diante do som caido no chao da noite

A morte espreita um sorriso amedrontado

De uma crianca encardida de sépios dias acordados

E assim vou de pedal ao paraiso de um norte morrido

De um dia esquecido

De uma noite ainda umedecido

Num quarto assombrado

Morre morre morre

Amor louco incoerente

De solidão empacada

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 17/07/2009
Código do texto: T1704536