NUNCA ACABA

Nunca pensei em como eu sou

Como eu era ou como serei

E hoje vendo que o tempo passou

Por muita coisa vi que passei

Agora sinto que tudo mudou

E que com varias pessoas me enganei.

Nunca vi tanta escuridão

Quando acordei em pleno dia

Vi que minha razão

Há tempos não existia

Procurei uma explicação

E no fim ninguém sabia.

Nunca acreditei nas crenças

Que ainda movem multidões

Pra mim isso tudo não passa

De falsas religiões

E é por isso que não acaba

As diferenças entre as noções.

Nunca andei tanto

Quando me perdi na vida

Caminhei por tudo que é canto

Voltei ao ponto de partida

Já cansado e alucinado

Sonhando com uma saída.

Nunca tinha desistido

Mais numa batalha cai

Foi uma luta sem tempo

Uma guerra que não venci

Tive que pagar um preço alto

Mas vivo pra dizer que aprendi.

Nunca menti sobre o que sinto

Mas ninguém acreditou

E agora com o tempo fluindo

Só resta chorar com o que sobrou

E entender que a vida é um labirinto

E fora dela tudo acabou.

Nunca fui ver as estrelas

Sem antes admirar os vaga-lumes

E pensar nas coisas mágicas

Ou nas flores e seus perfumes

São todas simples e amigas

E para as estrelas eu crio nomes.

Nunca tive tanta dúvida

Quando descobri o amor

De tudo que eu merecia

Ele era o que mais tinha valor

E nesse amor eu acreditava

Só não o tive ao meu favor.

José Borges Neto
Enviado por José Borges Neto em 18/07/2009
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