ACALENTO

Lavro as paredes do coração

com a alvura e a pureza.

Uma afinada sinfonia irrompe

a sala da minha reflexão.

Sussurro os mais profundos contornos

que cabem em meu existir.

Há uma pequena paragem entre

os instantes e os lamentos.

Bombeia, bombeia o coração

e se consterna com a aflição,

com o austero e recluso isolamento

que se impõe à consumição.

Sinto, outra vez, com suspiroso alívio,

a candura sublime de tuas mãos.

Elas me fazem sentir novamente viva

e me acalentam o pobre coração.

São Paulo, 14 de julho de 2009.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 20/07/2009
Código do texto: T1709418
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