Beija-flor

Já me sinto um beija-flor

Em vôo rasante

Sobrevoando campo limpo.

Meio coagulado de licor

Antevejo o infinito dos instantes;

Sem ti, que grande saudade sinto!

Já diáfano este recinto

A mim se apresenta,

Do brilho de teus olhos, distante;

E as horas e as pessoas sem cor

Engolem-me, e sorvo o absinto

Amargo, acre do vazio constante;

Insossa, a lágrima

Rasa a íris e derrama-se incolor.

Cid Rodrigues Rubelita
Enviado por Cid Rodrigues Rubelita em 08/06/2006
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