Metade da vida

Minha alma é doce como a vida,

mas vive amarga como a realidade

e por ter tantos amores, sente tanta saudades

sendo uma rosa perfumada em seu jardim,

um fruto adocicado inda verde de vontade.

Meu corpo tem a alma de que precisa

e com ela é semente germinada

sem a chuva que custosa o maltrata

querendo ir-se sem lhe deixar brotar a vida.

Meu discurso não possui qualquer palavra,

apenas letras vazias e desencontradas

como se a vida fosse o meu maior martírio achado.

E sendo alma e corpo, corpo e alma,

hei de amar como dois e viver como um,

caçando o outro que me prover a outra metade.