PORTA FECHADA

Limpei a pele

E troquei o batom.

Mesmo assim

Seu beijo foi de giz.

Abandonei o meio termo

E escrevi o meu amor em seus poros

Com longas e líquidas letras

E você, muro.

Virei carpideira e, insone,

Revirei suas palavras em busca

De alguma carícia perdida.

Encontrei ácidos e sal

Além de paralelas conjugações.

Ultimamente

Tranquei a porta e ando aflita

Em meus corredores,

Veias cheias

De suas lembranças.

Aqui, não entra mais.

Mas, há uma janela apenas meio cerrada

E voltei a usar o batom vermelho.

Saramar
Enviado por Saramar em 11/06/2006
Código do texto: T173241