Uma Carta de Saudades

Uma carta de saudades − O Subordinado

A você, querida!

Escrevo-te agora a minha dor

Nesta carta de saudades...

Eu sei que tu agora deves estar surpresa,

E sei também das adversidades

Da minha vida comparada à sua nobreza.

Você, uma empresária de sucesso;

Eu, apenas um subordinado que trabalhava ao teu lado...

Naquela mesma sala de escritório, pensei

Que jamais poderia acontecer um amor!

Mas não posso mais segurar

Esta melancolia que ao tempo faz durar

Um sofrimento sem sentido!

Um sentimento que faz roer meu coração

Pela covardia de não dizer-te, de não estar contigo

Esta minha vultosa paixão!

Estive ao teu lado, a todo tempo...

Imaginando-te, sentindo o teu perfume,

Sentindo até mesmo ciúme

De um amor que não era meu!

Mas que poderia ser!

Se não fosse o engano do amor teu,

Que a mim jamais poderia existir...

Ah, amor! Esta minha ignorância, infante

Por mais tempo não pode ir... Não pode viver...

Porque não aguento mais ficar longe de ti!

Por eu ser um subordinado, fui transferido...

Há semanas que não a vejo,

Há dias que o meu desejo por teu amor aumenta!

E neste meu mar de tormento,

Não aguento mais ser ferido pelas ondas do mar,

Que aumentam a cada respirar,

A cada pensamento...

Só me vejo meio ao vento desta tempestade,

E sob a dor da saudade, escrevo-te estas linhas...

Como um bobo ama todas as rainhas,

Apeteço-me ver, se não dizer-te neste momento

O que sinto na minha alma,

E o que não me faz ter mais calma!

Agora, amor, permita-me dizer-lhe as loucuras que o amor tem:

Sem ti, não mais serei ninguém...

Tira-me, amor, esta dor do meu peito!

Tira-me esta angústia...

Que fere a minha alma, por te querer,

Por ter dentro do meu coração este passado...

De desejos, de vontades, que a mim não realizou...

Hoje, sinto nos meus lábios o beijo que não te dei,

As declarações que não te falei...

As palavras, que somente ao papel ficou!

Agora, ao fechar os olhos

E lembrar daqueles momentos...

O meu mundo desaba, em melancolia...

Eu sei, amor, que fui inerme...

Agora, pago por ser-me naquele tempo tão covarde

Por não viver a realidade que o amor tem...

E que o coração sente!

Mas como posso pedir-te para que me tires uma dor

Se não sabes do meu amor?

Como posso ter saudades de momentos não acontecidos?

Ah, meu amor, saudades...

Do tempo em que podia te amar... E não amei!

Do tempo em que podia te beijar... E não beijei!

Hoje, ainda sobre minha covardia,

Apenas escrevo-te esta carta de saudades...

E, apenas nela consigo lhe dizer:

Que eu te amo!

E que a saudade de ti, me faz perecer!

(Poeta Dolandmay)

Dolandmay Walter
Enviado por Dolandmay Walter em 02/08/2009
Reeditado em 01/11/2013
Código do texto: T1732950
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