O incerto caminho

Louvando a dádiva de receber à inconsciência

Energia, dons pra ser o Sol, a lua, o vento, a luz

Na ilógica coerência que no alento me seduz

Por ser única e original sua doce imanência

Espera o Sol em mim aquecer o abstrato

Inquieta a lua em mim a esconder seu tato

Desordena em mim o vento a deixar-me inerte

Inebriando a luz em mim a orar: desperte!

Se tão pouco há de formosura

Se tão pouco há de abastança

Sobra meu ser em alva ternura

Sabe o mistério que leva uma dança

O tempo passa e sempre me diz

A vida é a graça de aprender, tecer

A malha dos haveres e ser feliz

Amando a sempre e mais a tez

Do ser que um dia se desprende

Do medo e liberta o coração

Dá a mão e, então , surpreende

De tão inefável , ardente paixão

Tania Montandon, 16/06/09