de amor me perdi

há tão pouco estavas comigo

amando o imperfeito amor

breve e às penas desfeito

sói

genuflexo

dói

para tanta dor em mim

resto sem voz alguma presa

estão as palavras libertas

o poema explode em desamor

concentra, fere fundo

magoado, malquerido, em dor

nem mais que isso, penso.

nem menos desarrumado,

desalmadamente sem amor

Isso é tão próximo da morte,

além dela mesmo, quiçá

a ninguém inspira o vazio

estás nas minhas palavras

todas: ela quer, eu quero

ela deseja, eu desejo

amor, mal me expresso

é real ensejo, um verso

em flores e sexo, revelo

enlevo, relevo, reverso

se vai sofrer, ah!, vou

ver-se-á no depois

além das dobras do tempo

no antes do último suspiro

de um ai há muito contido...

ais que nos faltam,

por razões de pejo

não se encontrará o falso,

mais seja carinho e recato

que pela poesia ame

que o poema exclame.

não é vexame o amor nas ruas

é vexame o desamor

a ausência da meiguice nos gestos.

tão antigas personagens

atualíssimas circunstâncias

perenes existências, até parecem.

do amor,

da cisma,

da ira,

da inveja,

de tudo se disse,

mais ainda é triste

tristemente é ter à mente a alma ardente

a amar assim tem sido e é, infelizmente