AMANHECENDO

A blusa, carmim de constrangimento,

Desmaiou ao chão do quarto nosso

Exatamente naquele doce momento

Lembra-te? Lembrar-me não posso...

Vem-me toda aquela quente sensação

Minha pele morena põe-se logo a suar

Invade-me uma louca e intensa vibração

Meu peito descompassando no pulsar

Olhos revirados, qual o meu pensamento

Percebo teu olhar e percebo o teu intento

Rubra, qual a blusa, a minha face ardendo

Atiro-me, de novo, nos braços-versos teus

Gira o nosso quarto; teus beijos são só meus

A noite nos espera: nosso amar amanhecendo...

(Lena Ferreira)