A ARTE DE AMAR

Há tantas formas de amar

Tantas fôrmas

Tantos parafusos

Tantas roscas

Tantos corações de chumbo

Tantos solitários mundos

Tantas reflexos móveis na água do amor

E tudo o que sei se acaba em ondas

Em sombras andando pelo jardim

Igual a como quando estou só de alguém

Como quando alguém está só de mim...

Nunca pensei que amar apenas fosse parte

Da arte de entregar um coração embrulhado

Em papel todo dobrado

E esperar que alguém abra como se uma caixa fosse

Esperando encontrar chocolates ou algum doce

Para se comer depressa e jogar fora o céu

Que estava enroscado nas dobras do papel...

Mesmo assim não há confusão

Se a vontade ultrapassa a mão

Que pretende alcançar algum delírio

Mesmo assim não há nenhum disfarce

Que esconda o que dentro arde

Um coração tiritando de frio.