SOBRA A FALTA DE TI

É uma pena que, de tudo o que vivemos,

Quase tudo tenha se perdido

Entre os sonhos, desde o mais querido,

Ao bilhete mais apaixonado

Ou dos beijos, o mais demorado.

Onde foi que, no caminho, nos perdemos?

É uma pena que, de tudo o que sonhamos,

Quase nada tenha sido guardado

Nem o desejo mais acalentado,

Nem dos planos, o mais audacioso

Ou dos abraços, o mais caloroso.

Onde foi que nos desencontramos?

É uma pena que, de tudo o que construímos,

Quase nada tenha sido preservado

Nem o mundo que já estava preparado,

Nem a vida que iríamos viver

Ou o lugar de apreciar o sol nascer.

Quando foi que sem notar nós desistimos?

É uma pena que, de tudo em nossa vida,

Quase tudo tenha se esvaído

Qual retrato velho, esmaecido.

Mas a ti eu ainda sigo atento

E, em meio a todo esse desalento,

Sobra a falta de ti, minha querida.

Everton Falcão
Enviado por Everton Falcão em 21/08/2009
Reeditado em 21/08/2009
Código do texto: T1766118
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