Manhã
Bom dia,
Devo atrever-me a alentar esta tua face?
Aceitas que o sol penetre pelas cortinas que,
Furtivamente,
Esconde-nos do amedrontador mundo lá fora?
Deixe-o aproximar-se vagarosamente
Rastejando junto ao chão,
Para que em seu simples toque
– assim como o teu –
Assassine o átomo frio que arrepia centímetro por centímetro de minha pele.
Veste-te com este abraço,
Mais quente que quaisquer roupas;
Alimenta-te com este beijo,
Mais calórico que qualquer comida;
Serve-te com este sangue,
E sacia-te desta sede que te aproxima de mim cada vez mais.