PINTANDO ESBOÇOS
PINTANDO ESBOÇOS
Hoje acordei ao som de dissonâncias.
Baden, João, Menescal.
Notas sem partitura, ao léu.
Olhei pra janela,
fechei a cortina.
Sem dar-me conta, violão na mão!
Vinte anos inerte, mudo em seu canto,
num estojo negro, com fôrro de veludo vermelho.
Vinte anos sem platéia, sem palco, sem arte
e sem aplausos.
Eu não quero tocar violão, pensei.
A mão tesa,
dedos enrijecidos. Faltou uso, prática diária.
Introdução executada, literalmente sem vida.
Peguei-me distraido tentando..."Marina"!
Licença "Caimi", disse, desculpando-me depois.
Meu fôlego bêbado por notas misturadas
só cantou:- "Marina, morena Marina você se pintou"...
Violão sobre o colchão,
fui pintar o retrato de (M)
sem um filete de acadêmico, só pura abstração.
(M) me trouxe "Elis" em "Fascinação"...
De longe meus olhos tocavam o violão.
De perto, minhas mãos tocavam um esboço.
Nada mais.
Chorei,
notas de saudade.
Chega!
Fui dormir, talvez eu sonhasse com(M)!
Ele,\=/...O Paulada.
" Com Prosa Poética pela estrada"