A areia que jorra

Da ampulheta

Não quero fora

Um grão dessa areia:

Se cada desse me é o tempo,

Todo esse Tempo

Quero-o eterno.

Eterno como o você, o nós,

As coisas.

Sinto uma fagulha de algo,

Em meio ao meu devaneio,

Que desconheço,

Mas que se esparsa

E é possível que não caiba,

Como é,

Em meu peito:

Há um aperto;

Um translato perfeito do amor insólito

Que, sólido,

Um dia poderá tornar-se feito.