QUANDO NOS TORNAMOS DOIS

Era uma vez um lugar repleto de amor com grande luz e arranjos de cristal

Coberto de anéis que deslizava as plumas douradas de um unicórnio triste

Pessoas dançavam em um baile de máscaras envolvendo o silêncio das águas

Correntezas que gemiam ao cantar, ondas eternas em um pôr do sol sem fim

Era uma vez um salão com enfeites grandiosos e no canto um sapatinho de cristal

Envolvendo um baile sagrado de muitas lágrimas disfarçadas de fadas

Pessoas sonhavam caladas guardando no peito o sentimento amordaçado de liberdade

Um único reencontro selaria para sempre uma busca incansável pela outra metade.

Se as palavras dissessem o que o coração deseja falar, mas não consegue...

A palavra volte não choraria sozinha em uma esquina solitária com rosas no chão

E esse salão não gemeria o vazio de estar repleto de solidão nesse quadro que parece falar!

Contos de tristeza e saudade fazem dos olhos espelhos que respingam chuvas constantes

Grandes sentimentos se torturam desejando apenas um olhar correspondido

Almas que se buscam em um labirinto de florestas e pântanos agonizantes

E esses versos não conseguem dizer na verdade o real sentimento de um coração

São vazios na medida que choram comigo o único ideal de felicidade perdida.

Vários sonhos se perdem e não alcançamos, pois não tem como procurá-los!

É quando o tarde demais se torna o soneto da realidade e as estrelas se calam

O tapete de astros revela à via-láctea as nuvens cinzentas das tempestades inacabadas

A canção dos grandes sorrisos revela a dor em uma valsa chamada inverno

Tudo que escrevo é apenas para dizer que muitas vezes a vida é solitária

Que tudo não passa de recordações distantes, memórias levadas pelo vento

O tempo é tão solitário e devagar sopra um desejo que se materializa nos sonhos.

Era uma vez um coração que partido ao meio se tornou dois...

Daniela Moura Rocha de Souza
Enviado por Daniela Moura Rocha de Souza em 19/06/2006
Código do texto: T178556