QUANDO NOS TORNAMOS DOIS
Era uma vez um lugar repleto de amor com grande luz e arranjos de cristal
Coberto de anéis que deslizava as plumas douradas de um unicórnio triste
Pessoas dançavam em um baile de máscaras envolvendo o silêncio das águas
Correntezas que gemiam ao cantar, ondas eternas em um pôr do sol sem fim
Era uma vez um salão com enfeites grandiosos e no canto um sapatinho de cristal
Envolvendo um baile sagrado de muitas lágrimas disfarçadas de fadas
Pessoas sonhavam caladas guardando no peito o sentimento amordaçado de liberdade
Um único reencontro selaria para sempre uma busca incansável pela outra metade.
Se as palavras dissessem o que o coração deseja falar, mas não consegue...
A palavra volte não choraria sozinha em uma esquina solitária com rosas no chão
E esse salão não gemeria o vazio de estar repleto de solidão nesse quadro que parece falar!
Contos de tristeza e saudade fazem dos olhos espelhos que respingam chuvas constantes
Grandes sentimentos se torturam desejando apenas um olhar correspondido
Almas que se buscam em um labirinto de florestas e pântanos agonizantes
E esses versos não conseguem dizer na verdade o real sentimento de um coração
São vazios na medida que choram comigo o único ideal de felicidade perdida.
Vários sonhos se perdem e não alcançamos, pois não tem como procurá-los!
É quando o tarde demais se torna o soneto da realidade e as estrelas se calam
O tapete de astros revela à via-láctea as nuvens cinzentas das tempestades inacabadas
A canção dos grandes sorrisos revela a dor em uma valsa chamada inverno
Tudo que escrevo é apenas para dizer que muitas vezes a vida é solitária
Que tudo não passa de recordações distantes, memórias levadas pelo vento
O tempo é tão solitário e devagar sopra um desejo que se materializa nos sonhos.
Era uma vez um coração que partido ao meio se tornou dois...