Pesado demais
Que dor pode suportar o mal que o teu sentido me traduz?
Que som eu devo exalar para que o poder seja meu
e já não me sufoque o peito!?
Sou resto nu do suor desprendido do teu corpo
latejando a idéia de que o prazer esgotou-se
e que a fraqueza não se alastra em quem ama com fervor!
Sou a vida que partiu do ventre de quem te amou
e agora vegeta n'alguma esquina fétida...
Pra que rastejar pelos teus passos
se o fervor incontido dos meus abraços
já não é suficientemente agravél pra ti...
Deixe-me aos pés do santo insatisfeito,
com o crivo nos dedos
e o mal nos olhos,
assim talvez eu aceite
que o fim dos meus dias não chegará precocemente
e que o sol do teu mundo já se pôs.
O som exaltante dos teus lábios calou-se
e só me resta a fumaça do que castiga meu pulmão.
Já não posso gritar!
Já não quero amar!
O que fazer então?