Merecida

Tranqüila trabalha o dia todo, labuta.

E a noite com a batalha vencida.

Dispõe-se para os prêmios da luta.

Só que não recebe a taça merecida.

Pragmática, calada no seu canto.

Preeminente mais não inquieta.

Aceita tudo sem nenhum quebranto

Sem choro nem riso... discreta.

Manifesta-se e um gemido... levanta

Reação momentânea como do rapé

E ao sonho que ao seu peito encanta

Diz nua, na cama, religiosamente sem fé.

Que a temperatura do seu corpo de santa

Precisa ser aquecido para se sentir mulher.