CAMINHAR

Eu queria estar no sol que tu vês
em ser sua lua também
Beijar teus cabelos descansados pela manhã
ser o seu riso durante o dia
e o calor ardente quando a noite chegasse

Queria poder lhe mostrar
que invento um novo sentido a cada dia
um novo sentido para a palavra amar
e nesse reinventar, me torno mais seu
mais homem, mais amigo, mais amante

Eu queria ser não apenas teu sorriso
embora me envaideça já o sê-lo
queria estar contigo quando seus olhos se fechassem
e no dia seguinte, ao abri-los, reencontrassem os meus
queria ser o ombro a te acolher
quando a chuva forte lá fora te assustasse

Queria compartilhar desse teu sorriso mágico
quando como crianças nós brincamos
e até o tempo parece parar pra ver a gente rir
como se de tão simples nada mais importasse aqui

Eu queria não ser tão pobre
a ponto de conjugar o verbo no pretérito imperfeito
Pois imperfeito é o meu sentimento
que vive se amotinando contra o peito que o acolheu

Não, eu não queria. Eu quero!
Tu és o meu presente do indicativo do verbo viver
Por isso mesmo eu quero, eu espero, eu construo
e quando tu olhares pra trás e veres  a estrada,
tão linda com as flores que nós já deixamos
saberás que à frente existe um caminho ainda mais florido
e que eu só lhe peço que me dê sua mão
e caminhe sempre comigo.