O deus louco... amou

Que morram mil dias e venha a noite;

Cerrando meus olhos à tempestade…

Já não há vida onde eu me acoite,

sinto à minha volta apenas maldade.

Escorra o sangue da vinha danada,

serei deus ou louco o que quiser…

Nas oferendas à minha amada;

Os deuses, só se rendem à mulher.

Quebrem os espelhos que me reflectem.

O tempo é uma pobre alquimia;

Os deuses cumprem e nunca prometem,

apenas se acabam… na poesia.

Que brilhem sóis a loucura passou…

A deusa desceu do seu pedestal,

veio a mim… E este homem amou,

a bailarina, mulher e vestal.

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 12/09/2009
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