DIAS E NOITES

(A Índia)

Vivemos no ritmo de uma canção

Envolvidos por uma melodia

Onde o humilde compositor

Não transmite a emoção

Nem a dose certa da magia

Ou o compasso do amor.

O passo segue o ritmo do desejo

A meia-noite e a meia-luz

Dedilhando as notas musicais

Nossas mãos dadas, um único beijo

O som é a locomotiva que conduz

Ao salão dos antigos festivais.

Mãos frias e coração quente

A luz da lua pela fresta da janela

Decorando o mágico espaço

E eu vivendo o tempo presente

Observando como és bela

Através do seu abraço.

Eternizando curtos instantes

Antes que a música termine

A ronda psicológica vai recuar

Permitindo que sejamos amantes

Provar deste amor não é crime

Quando necessitamos amar.

Um toque, um rápido consentimento

Sucessivas avalanches de carinho

Remando nas ondas frenéticas do querer

O ápice do amor a cada momento

Mostrando-nos o longo caminho

Para chegarmos ao mágico prazer.

Estenderemos nossos corpos na relva

Longe da movimentação da rua

Onde não há juiz e nem réu

Como se estivéssemos pedidos na selva

Teremos apenas a companhia da lua

E como testemunha o imenso céu.

Antonio dos Anjos
Enviado por Antonio dos Anjos em 20/09/2009
Código do texto: T1821936