Vida Nada

Eu, por mim, prefiro a escuridão

Onde fecho os olhos e sou só a alma

Viajo em detalhes, sou todo alusão

Ao que me implica na mais nobre calma

Não busco teus sóis, calor em desconforto

O barulho desafinado da voz alheia

Que nada sabe da alma - nasce já morto! -

E não tem o prazer correndo pela veia.

Eu, por mim, prefiro os poemas de amor

Que o poema foi feito em fantasias

Não, não se absorve dele cansaço e dor

Somente se atenta às tuas alegrias

Não busco teu beijo, não faço questão

Tenho em mente, pra mim, algo maior

Enquanto buscas o perfume do coração

Eu me contento com sangue e suor.

Eu, por mim, prefiro a morte

A quem vive e não mais quer amar

Pois que viver sem amar é pior que

Amar sabendo jamais poder amar

Abaixo do chão, onde jaz, vale mais

Que aqui, de pé, mas com medo da vida

E do que ela, por si só, já nos traz,

Como viver e temer que a vida finda.

Eu, por mim, não prefiro mais nada

Sou eu descanso, a busca da minha paz

Que prefiram vocês a paixão que foi dada

E ainda sobre o pecado e tudo isso mais

Água é que cura, amor é que mata

Mas a escuridão, os poemas e a morte,

São meus abrigos, e eu prefiro o nada

Do que jogar cartas versus a sorte.

Júnior Leal
Enviado por Júnior Leal em 21/09/2009
Código do texto: T1822748
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