Eterno e Carnal

Espero em frente ao meu espelho,

Para contar-lhe alguns segredos

Coisas, daquelas difíceis de falar.

Mas me apressa o anseio fedelho,

De sentir em mim os seus dedos

Com incontrolável desejo de me tocar.

Vamos conversar sobre nós dois,

Vamos bebericar algo bom e fingir

Disfarçando o que toma conta afinal.

Deixar o melhor para o depois,

Nas entrelinhas desvendar e sentir

O começo do eterno e fim do carnal.

Porém, como conter a torrente,

Que abre caminho entre os olhares,

chegando direto ao reduto do coração.

Se o mesmo olhar não mente,

E flui maior que os sete mares

Com o leve toque de sua mão.

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 28/09/2009
Reeditado em 28/09/2009
Código do texto: T1837177
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