O Vento e o Diamante

No tempo em que o amor era doce e as palavras sentidas com calor nos corações dos amados, existia uma lenda sobre a jóia mais bela que um homem poderia possuir...

Era um amor imortal

Um sonho jovem

Um elo emocional

Seu nome...

Diamante Negro,

Seu desejo...

Uma pessoa especial

Um apego

Alguém que o lapidasse

Não qualquer um

Apenas quem o amasse.

Em toda a história da humanidade nunca se encontrou então tal amor...

Combinação ludibriante

Aurora do cintilante...

O Diamante Negro vivia numa floresta de concreto,

Lá apenas o vento batia

E o frio provocado por este

Sobre ele uma fina camada fazia

Com o passar do tempo, o Diamante Negro percebeu que aquela camada sobre ele fazia com que seu brilho se ofuscasse perante a lua... Assim ele falou:

-Vento por que és tão frio comigo?

Ele respondeu:

-Não faço por mal, é da minha natureza

-Quem dera eu pudesse te aquecer

-Só assim poderia melhor te conhecer

-Sou sozinho

-Passo por todos, mas só você me chamou a atenção!

Encantado o Diamante falou:

-Venha me ver a partir de hoje!

-Pois a solidão não é mais amarga quando compartilhada junto

-Nem o amor é difícil de achar quando nos olhamos bem fundo.

A partir desse dia o vento passou a afastar todos os obstáculos que fizessem sombra diante do Diamante, para que este não se apagasse na escuridão da noite...

-A Vento, prometa-me que jamais sairá do meu lado, pois você me ilumina!

-Eu te amo e nada me fará tão mal quanto a sua falta.

Não sabia o Diamante Negro que o verão chegava e que seu frio Vento teria que acompanhar o inverno, sem sequer acalentar as terríveis sensações que sua perda iria provocar no seu amor eterno...

Eterno assim só a lembrança um do outro...

Mas sabia tal jóia que jamais esqueceria seu amado, pois a leve brisa do outono sempre lembraria seu toque, por mais frio que ele fosse...

Amar em certos momentos se torna inexpressível quando não ganhamos cicatrizes com as perdas que sofremos, pois, esqueceríamos com o tempo o que falta na nossa vida para sermos felizes se não olhássemos as marcas deixadas pela saudade.

Os anos passaram e o Diamante Negro envelheceu junto com algumas rachaduras, mas a imagem de seu amor até hoje pode ser compreendida quando olhamos para a lua, nos sentimos sozinhos, porém, sabemos que vamos sobreviver...

“Tenazmente a alegria de outrora voltou quando seus pensamentos se colidiram e um dia sem esperar, o Vento de maneira tranquila encontrou o Diamante Negro, chorando por ele num dia chuvoso”.

Jony Mex
Enviado por Jony Mex em 17/10/2009
Reeditado em 20/10/2016
Código do texto: T1871882
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