Vejo tudo sem enxergar nada

Este assunto é fascinante,

Que me faz olhar adiante,

Onde não posso enxergar.

Vejo o céu, e vejo distante,

Montes e mares fulgurantes,

Mas nada posso vislumbrar.

Vejo belas palmeiras,

Areias marejadas, arco-íris,

Do meu olhar a própria íris.

São visões altaneiras.

Vejo maré olhando ao mar.

Contemplo a própria vida

E depois dela, a saída...

Olho tudo e, vejo o nada,

Mas não dou por encerrada

A busca por quem deva amar.

Sem entender, fico chateado,

Procurando o que resgatar.

Estico o braço com esforço,

Bocejando olho aos lados.

Em torpor, acho engraçado,

Às vezes torço o meu torso,

Ao fazer tamanho esforço,

Olho tudo e vejo o nada...

Mas não quero acordar.

É em vão a minha volúpia,

Também a minha argúcia,

Jamais posso me aproximar.

Nem adianta reclamar...

Só em sonho, meu amigo.

E por você estar comigo,

Por lá posso me encontrar,

E quando isto acontece,

O meu ser todo padece,

Não querendo acordar.

Vejo anjos, ouço preces,

E essa covardia me aquece,

E não desejo mais voltar.

E nessa letargia,

Como um dia, já dizia:

Venham todos, todos os dias,

Ou se quiserem, que seja à noite,

Até debaixo de açoites,

Se gostarem de apanhar.

Não deixe de sonhar!

Sonhe em cores,

Com o verde,

E o amarelo,

Menos pesadelo

Qual possa lhe pesar.

Você sabia?

Quando sonha,

Vive o dia-a-dia!

Suas obras, seu andar,

Plasmam nos seus sonhos

Alegres, ou tristonhos.

Pense sobre isso,

Apesar de deitado,

Sonhe em pé.

Sonhe acordado

Pé no chão,

Bem arretado:

Eis a ciência,

Da consciência

Revestida pela fé.

Só não deixe de amar!

jbcampos
Enviado por jbcampos em 20/10/2009
Reeditado em 20/10/2009
Código do texto: T1876600
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