Telefonema
no outro dia
me deste teu telefone.
liguei e nada.
tu... tu... tu...
ninguém atendeu.
tentei novamente.
nada, e novamente
apenas aquele barulho
intermitente
tu... tu... tu...
deste lado da linha
meu coração
quase saía pela boca
o nervosismo
o medo
a esperança
dominavam o corpo,
e no fone
tu... tu... tu...
essa espera matava a coragem
- sim, tinha coragem -
e levava para longe,
junto das nuvens,
as palavras
que me muito custaram juntar
tu... tu... tu...
e ficamos nesse monólogo a dois,
eu e o fone.
tu... tu... tu...