Cem versos

Remir o tempo é tornar-te viva e reviver-te todas as manhãs, inda que viver e reviver você faz de meu peito a máquina que carrega dentro de si, e por ti, o turbilhão de desejos e sentimentos, sim, claro, motivados por sua beleza e harmonia de seus traços e gestos apaixonantes. Leio, releio, torno a viver-te em meus versos, poucos versos, quase cem versos, nulos versos do quão existente és em mim e do que és em mim. Impossível é exprimir o impacto fulminante em meu peito, frágil peito, débil peito. Remir o tempo, remir os versos, remir o que ainda me restam de forças é ver que nulos são estes versos, sem que me inspires, sem que olhes pra mim, pois assim, cem versos são nada e nada sou sem você, sem teu olhar, sem teu perfume, anestesiante toque, chave que liga a máquina pulsante dentro de mim.

Diego Guima
Enviado por Diego Guima em 26/10/2009
Reeditado em 26/10/2009
Código do texto: T1887905
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.