Na lembrança

Sob os reflexos de seus olhos

Os encontros,

Ah, os encontros; breves, passageiros

Transeuntes da espera nua.

Tantos rolaram em tantas vidas,

Efêmeros sem vestígios,

Imensas em lapsos.

Hoje, frente a frente com a verdade,

Dignifica a idéia,

Presunçosa em manhãs

Buscar no que vem de longe

Todo palor que em mim se esconde

Para fitar olho no olho

Em plaquetas pela rua,

Que já não és.

Enquanto a mentira face a face,

Eleva-me ou condena,

Recepciona ou celebra

Fixa metamorfose

Do fundo do azul pelos corrimãos celestiais,

Dobradas nos alpendres dos olhos,

Olhos que fertilizam a paz,

Quando mesmo por engano

Debruçam-se sobre os azuis,

Da minha doce mentira.