Minha hora
Hora de ser o que sempre fui,
de amar, sonhar, cantar ou apenas dormir,
o tempo me carrega em seus braços,
envolvendo a terra que um dia será o abrigo
dos sonhos que tiver até o momento de partir.
Hora de pintar a face de sorrisos,
colorir o mundo que me cerca,
a um passo de mim há outro a ser dado,
no mesmo chão que espelha meu corpo
no tempo sem espaço onde a vida me espera.
Hora de desligar o tudo onde o nada é ele só,
dormir em rede, vestir meus nus,
seguir sóbrio os caminhos sem atalhos,
assumir minha história e virar a página,
escrever um novo parágrafo eliminando velhos tabus.
Hora de ver as horas, correr o mundo fora de mim,
cruzar o rio pelas águas que se renovam a cada ciclo,
ver nas gotas dos orvalhos das manhãs
o universo completo que carrego no peito
mostrando que em todo fim há sempre um início.
07/05/2006