Aja amor

Há quem diga que o amor é insensato; engana-se! Quando amamos, somos dotados de sabedoria e esta nos leva a perceber com clareza, tudo o que nos envolve no amor:

O verdadeiro amor não permite que nos titubeemos;

O verdadeiro amor não permite que nos confundamos;

O verdadeiro amor não permite que nos hesitemos;

O verdadeiro amor é tão extasiante, que ignora o nosso EU a todo instante e só reconhece a NÓS;

O verdadeiro amor perdoa, mesmo não havendo o que perdoar;

O verdadeiro amor, apenas ama!

Quem ama:

Não joga,

Não testa,

Não finge,

Não conjura,

Não traquina,

Não experimenta,

Não comete loucuras,

Não pratica insensatez,

Não ferra com a vida dos outros de graça...

Não espera,

Não exaspera,

Não faz juras infundadas,

Não brinca de ir quando quer ficar,

Não se envergonha de ficar, quando não tem mesmo de ir.

O verdadeiro amor simplesmente reconhece o momento de agir e verdadeiramente age.

Então, então aja, amor!

Veja: não vais me encontrar nos bares, nas noites, nas surdinas, nas misturas, nas poças, na lama, nas sarjetas, nos sítios... Pois, eu valho mais! Talvez te encontres lá, por pirraça, por bobeira, por capricho, por desespero, por aventura, por sentimento promíscuo e de prazer diminuto.

Você sabe: eu sempre me alegro e me regozijo junto dos meus ais. Sempre me refaço na mansidão de dias, aliás, de anos atrás, tão nossos, tão ontem, tão ali, que posso tocá-los sem necessitar estender as mãos. É bem assim que ajo e sou. É bem assim que poderias ser e agir também?

Então, então aja, amor!

Eustáquio Leite
Enviado por Eustáquio Leite em 31/10/2009
Reeditado em 29/06/2011
Código do texto: T1897984
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