O LUAR ME ACALMA

.

Ao mirar a lua alta e bela; prata

Invade-me a sonhada mansidão

Serenidade em mim feito cascata

Escorre a mente, chega ao coração

.

Um banho de luar lava-me a alma

Sossega por um tempo a compulsão

Somente o luar restitui-me a calma

Retirando-me da complexa ebolição

.

Tão cúmplice nas suas fases tantas

Tão serena...Lá no céu, tão quieta

Por um tempo, em mim, se agiganta

O mudo grito de que eu seria poeta

.

Mas o luar, pra sempre, não dura

Esperarei ansiosa a próxima noite

E mais uma vez a lua alta, em jura

Restituirá minha calma, sem açoite...

.

(Lena Ferreira)