Inocência
Procurei em ti a emoção de ser,
O orvalho da noite no íntimo da madrugada.
Matar em mim o desejo de conhecer,
O segredo da flor que ainda não foi tocada.
Busquei um brilho ingênuo nos olhos teus,
E por inocência em teu corpo foi a minha procura.
Caminho onde rastros fossem apenas os meus,
E um rio de água cristalina e pura.
Mas encontrei apenas pétalas no chão feridas,
Que o vento frio e furtivo da noite despedaçou.
Marcas estranhas deixadas por outras vidas,
E sombras que o brilho do teu olhar apagou.
Palavras confusas que minhas mãos não escreveram.
Páginas manchadas por momentos em teu passado.
Percebi, então, que todos os sonhos morreram,
E se fechou, para ti, meu coração decepcionado.