Inocência

Procurei em ti a emoção de ser,

O orvalho da noite no íntimo da madrugada.

Matar em mim o desejo de conhecer,

O segredo da flor que ainda não foi tocada.

Busquei um brilho ingênuo nos olhos teus,

E por inocência em teu corpo foi a minha procura.

Caminho onde rastros fossem apenas os meus,

E um rio de água cristalina e pura.

Mas encontrei apenas pétalas no chão feridas,

Que o vento frio e furtivo da noite despedaçou.

Marcas estranhas deixadas por outras vidas,

E sombras que o brilho do teu olhar apagou.

Palavras confusas que minhas mãos não escreveram.

Páginas manchadas por momentos em teu passado.

Percebi, então, que todos os sonhos morreram,

E se fechou, para ti, meu coração decepcionado.

Guina Soares
Enviado por Guina Soares em 05/11/2009
Código do texto: T1906103
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