Galho Seco
Naquele dia mal percebi você chegou,
E o teu sorriso inefável me enfeitiçou,
Trouxe-me luz, puro fulgor, me seduziu.
Agradecido, tudo era lindo, você surgiu.
Feito gonzo grudou em mim e foi ficando,
Ao dar fé, Deus do céu, já estava amando.
Mais que fizesse ou tentasse não tinha jeito,
Qual o quê, não adiantava, estava feito.
Ainda agorinha relembrava o bom que era,
O alegrão, o sorongo, nossa quimera...
Ah, quimerista, me enganei, só eu mudei!
Mas perdôo-te, qual parvenu, que ora sei.
Olho em volta, foi um tempo e mais um...
Agora parvo, que nada sou, ou sou nenhum,
Descobri a pouco ao indagar onde errei
Que, ardilosa, você ficou só até onde vicejei!
Trouxe-me tudo? Carregou tudo. Nada deixou.
Nem meus amigos (nossos amigos), ninguém ficou.
Sequei de todo, fui quase ao chão, quase fui mero.
Mas, de certo sei que volverei. Já não espero!