Galho Seco

Naquele dia mal percebi você chegou,

E o teu sorriso inefável me enfeitiçou,

Trouxe-me luz, puro fulgor, me seduziu.

Agradecido, tudo era lindo, você surgiu.

Feito gonzo grudou em mim e foi ficando,

Ao dar fé, Deus do céu, já estava amando.

Mais que fizesse ou tentasse não tinha jeito,

Qual o quê, não adiantava, estava feito.

Ainda agorinha relembrava o bom que era,

O alegrão, o sorongo, nossa quimera...

Ah, quimerista, me enganei, só eu mudei!

Mas perdôo-te, qual parvenu, que ora sei.

Olho em volta, foi um tempo e mais um...

Agora parvo, que nada sou, ou sou nenhum,

Descobri a pouco ao indagar onde errei

Que, ardilosa, você ficou só até onde vicejei!

Trouxe-me tudo? Carregou tudo. Nada deixou.

Nem meus amigos (nossos amigos), ninguém ficou.

Sequei de todo, fui quase ao chão, quase fui mero.

Mas, de certo sei que volverei. Já não espero!

Eustáquio Leite
Enviado por Eustáquio Leite em 05/11/2009
Reeditado em 30/12/2013
Código do texto: T1906789
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