Minha condição
Tenho pensado muito nos enleios,
Agruras e recorrências deste mundo.
Ganhamos quando perdemos...
Perdendo é quando mais ganhamos.
Quem pensa ganha segue sorrindo, e
Por pensar que perdera é que se lastima.
Quanto a mim: travo uma batalha interior.
E é dentro em mim, ganhar ou perder
Que eu me permito. Sabe: sou levófobo!
Fique à direita de mim, não se aproxime muito.
Permaneça em sua cavilação, distante e de fora.
Assim, não a firo; não me atormentas, ou amedrontas.
De frente, pelos flancos, ou de baixo, nada me atingiria, pensei.
O problema é que nunca soube o que viria de cima e de súbito;
Sempre fiquei sem rumo, sem direção, frente ao destro e tredo.
Para meu alívio, realizo a enjira em rituais de reavivamento,
Pratico “bridge” de trunfos e vazas definidos,
E sigo minha vida garantida de ginja.
Se eu ganhei, ou se ganhar,
É que por direito era/é meu.
Nada me foi dado a escolher,
De nada ou de ninguém fui dileto,
Mas, foste tu e és tu, que ao meu encalço:
Vieste, ficaste e permaneces.
Quer saber? Havia uma dentrosa,
Eu a perdi e sei que não a tens;
Ninguém a teria, senão você.
Ah, ultriz, em sendo assim,
Permita ao menos eu siga,
Encerrado em mim!