Minha condição

Tenho pensado muito nos enleios,

Agruras e recorrências deste mundo.

Ganhamos quando perdemos...

Perdendo é quando mais ganhamos.

Quem pensa ganha segue sorrindo, e

Por pensar que perdera é que se lastima.

Quanto a mim: travo uma batalha interior.

E é dentro em mim, ganhar ou perder

Que eu me permito. Sabe: sou levófobo!

Fique à direita de mim, não se aproxime muito.

Permaneça em sua cavilação, distante e de fora.

Assim, não a firo; não me atormentas, ou amedrontas.

De frente, pelos flancos, ou de baixo, nada me atingiria, pensei.

O problema é que nunca soube o que viria de cima e de súbito;

Sempre fiquei sem rumo, sem direção, frente ao destro e tredo.

Para meu alívio, realizo a enjira em rituais de reavivamento,

Pratico “bridge” de trunfos e vazas definidos,

E sigo minha vida garantida de ginja.

Se eu ganhei, ou se ganhar,

É que por direito era/é meu.

Nada me foi dado a escolher,

De nada ou de ninguém fui dileto,

Mas, foste tu e és tu, que ao meu encalço:

Vieste, ficaste e permaneces.

Quer saber? Havia uma dentrosa,

Eu a perdi e sei que não a tens;

Ninguém a teria, senão você.

Ah, ultriz, em sendo assim,

Permita ao menos eu siga,

Encerrado em mim!

Eustáquio Leite
Enviado por Eustáquio Leite em 05/11/2009
Reeditado em 30/07/2011
Código do texto: T1906796
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