Desejos infinitos

Oh madrugada em que o orvalho se derrama

Pelos verdes prados e vira terna geada

De fragores!... Corpos despidos sobre a grama

Mergulhados no ardor de uma aprazível toada...

Nos olhares satisfeitos – corpos desfeitos

Num tórrido deleite... Com olhar atônito

Percorro teu corpo de contornos perfeitos,

Pródiga paixão revelada num tácito

Leito de virgens segredos... Louco desejo!...

Pudor... Moral... Medo... Embebidos de prazer

Quem viveu preso no amargor do vazio pejo,

Abra-te flor para a vida! Deixa florescer

Tua formosa révora! Não tenha desdouro

De amar... De se entregar... Vem e abre tuas pétalas!

Quero compreender o incompreensível tesouro

De teus fragores virginais que no ar exalas

No vibrante corpo clamando por carícias,

Pele arrepiada nos toques, sussurros, gritos...

Prazer vertido em suor de ternas malícias

No olhar desejos picantes! Loucos! Infinitos!...

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 07/11/2009
Código do texto: T1911051
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