EU SIGO...


Não mais te falo o que sinto
porque sei ser em vão,
da tua boca fria eu provei
o beijo com sabor de solidão.

Teu tempo é vazio de sentimentos,
o amor que tinhas não suportou
a inconstante rota dos ventos
e em tormentas naufragou...

Teu olhar doce vaga perdido,
os meus já apagam saudades,
o sonho do reencontro é rendido
e aceito contrafeita a realidade.

Sigo... Catando estrelas cadentes,
colando o coração em pedaços...
Bebo o tempo de noites ardentes,
relembrando antigos laços...

Na poesia me reinvento, existo
serena, amante em nostalgia.
Em versos inversos registro
lamentos ou ilusões em alquimia.

Deixo-te carpindo teus medos e dores,
se o momento é de alma calada
remendo meu peito, enfeito de flores,
sem temer as sombras da madrugada.

Não mais te espero ao raiar do dia,
perdeste a fé em si e no amanhã...
Eu sigo... Recompondo minha estesia!

07/11/2009
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 08/11/2009
Código do texto: T1911537