O mundo que sonhei
Imaginei um mundo diferente,
onde as pessoas fossem mais gente,
onde pudesse olhar direto nos olhos
e assim ser olhada também,
onde as diferenças não pesassem tanto e fossem,
ao contrário do que são,
belezas consistentes de seres únicos
e valorizados por um mundo em evolução.
Imaginei um mundo feito de lutas e ideais,
repleto de fé e verdade,
onde pudesse ser o que sou
encontrando no outro o que de fato é,
onde não precisasse prestar contas do que sinto,
porque o sentir também é único,
onde as bocas proferissem verdades de paz,
ao invés das mentiras que toda falsidade requer.
Imaginei um mundo onde os pés só servissem para pisar o chão,
onde o outro fosse olhado e respeitado na totalidade do que é,
do que sonha e deseja,
onde o sim da vida fosse aceito em total e plena sublimação,
onde o não ao livre arbítrio fosse sucumbido
nas bocas podres da insignificante realeza.
Imaginei um mundo onde a alegria fosse comum,
o amor fosse comum e o bem querer também,
onde o outro se aproximasse sem as segundas,
terceiras ou décimas intenções,
onde o objetivo maior que movesse a humanidade
fosse ver o outro bem, onde o ter não fosse nada,
diante da importância de o ser em construtivas ações.
Imaginei um mundo assim, na simplicidade da criança,
que acredita sem precisar provar,
nos sonhos que carrego e alimento de um dia acordar
e ver o sol entrando pela mesma janela
que me mostra hoje um mundo que nunca sonhei encontrar.
01/06/2006