Amor Incondicional

Adormeço sem mais esperança de te ver.

Eu não teria deixado você partir,

Mas luta cruel,quem pôde vencer,

O efeito que a morte nos faz sentir?

Se não demonstrei ter te amado,

Nos últimos dias do teu viver

Foi o teu pedido,ocultado,

Que apenas fingi não conhecer.

À outros,chorando,te ouvi queixar

De que a maior dor que levarias

Era a de que eu continuasse a amar,

Quando já tão sozinha me deixarias.

Rezavas para que eu perdesse o encanto

E enterrasse,antes do teu corpo,meu sentimento.

Amavas-me,torturado pelo pranto.

Quis dar-te a liberdade...coração sem lamento.

Para que,assim,partisses em paz,

Matei-me por dentro,sem demonstrar dor.

Disseste-me adeus,porque fui capaz

De muito amar,sem exaltar esse amor.

Me revelar seria covardia,

Se eu bem sabia não ter outro fim,

Que "ela",contra nós,se achegaria

Roubando a alegria e você de mim.

Escondemos tanto para um ao outro proteger,

Mas juraste-me amor no delírio da partida.

Da eternidade,se puderes me ver,

Saberás...não tive outro amor nesta vida.

Nota:Esta poesia,talvez de um romantismo utópico para os dias de hoje,refere-se principalmente a curiosos "causos", que muito me chamaram a atenção,com relação a pessoas que,após a morte de seu grande amor,se isolam do mundo ou morrem também pouco tempo depois.

Heli Paula
Enviado por Heli Paula em 10/07/2006
Reeditado em 10/07/2006
Código do texto: T191518