Amor Incondicional
Adormeço sem mais esperança de te ver.
Eu não teria deixado você partir,
Mas luta cruel,quem pôde vencer,
O efeito que a morte nos faz sentir?
Se não demonstrei ter te amado,
Nos últimos dias do teu viver
Foi o teu pedido,ocultado,
Que apenas fingi não conhecer.
À outros,chorando,te ouvi queixar
De que a maior dor que levarias
Era a de que eu continuasse a amar,
Quando já tão sozinha me deixarias.
Rezavas para que eu perdesse o encanto
E enterrasse,antes do teu corpo,meu sentimento.
Amavas-me,torturado pelo pranto.
Quis dar-te a liberdade...coração sem lamento.
Para que,assim,partisses em paz,
Matei-me por dentro,sem demonstrar dor.
Disseste-me adeus,porque fui capaz
De muito amar,sem exaltar esse amor.
Me revelar seria covardia,
Se eu bem sabia não ter outro fim,
Que "ela",contra nós,se achegaria
Roubando a alegria e você de mim.
Escondemos tanto para um ao outro proteger,
Mas juraste-me amor no delírio da partida.
Da eternidade,se puderes me ver,
Saberás...não tive outro amor nesta vida.
Nota:Esta poesia,talvez de um romantismo utópico para os dias de hoje,refere-se principalmente a curiosos "causos", que muito me chamaram a atenção,com relação a pessoas que,após a morte de seu grande amor,se isolam do mundo ou morrem também pouco tempo depois.