Então, ajuda-me a te esquecer.

Se eu não pude ser o sol da tua vida radiante.

Se eu não puder ser a tua lua romântica e apaixonada.

Eu devo merecer viver de ti assim distante.

Eu devo merecer essa vida abandonada.

Mas eu gostaria de te lembrar que te amei demais.

Te lembrar dos bons momentos que ficaram pra trás.

Lembrar do amor não deixado pra depois.

E das loucuras feitas por nós dois.

Os segredos falados, sussurrados, com os corpos suados.

Os afagos proibidos, antes e depois do pecado.

As confidências que fizemos entre quatro paredes.

Com as pernas entrelaçadas deitados naquela rede.

Os banhos de cachoeira, nus, completamente.

Momentos nossos, só da gente.

O andar descalço pela estrada e sem destino.

Parecia a liberdade dos velhos tempos de menino.

O vento embaraçando os teus cabelos.

A chuva escorrendo pelo teu corpo lindo.

Os teus pés pequenos, descalços na areia da praia.

O teu cheiro inconfundível de mulher.

As mordidas na minha boca.

Os arranhões na minha costa.

Se toda as lembranças morreram.

Se aquela nossa vida não dá para reviver.

Só me resta fazer-te o último pedido.

Ajuda-me a te esquecer.

Manaus, 10 de novembro de 2009.

Marcos Antonio Costa da Silva